segunda-feira, agosto 31, 2009

NOTA DE REPÚDIO DO SINJAC

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Acre (Sinjac) repudia as restrições à liberdade de expressão decorrentes da Portaria nº 8, assinada pelo juiz Leandro Leri Gross, titular da Vara doTribunal do Júri da Comarca de Rio Branco. O juiz tenta desconstruir a relação de respeito da Imprensa para com o Judiciário do Acre a pretexto de regulamentar o trabalho de repórteres fotográficos e cinegrafistas durante a sessão de julgamento do "crime da motosserra", marcado para 21 de setembro, tendo como réus Hildebrando Pascoal, Pedro Pascoal, Alex Barros e Adão Libório. De acordo com a portaria, não será permitido filmar ou fotografar os acusados no interior do plenário, sendo que imagens ou fotografias poderão ser obtidas do lado externo, onde existe uma porta de vidrofumê com cortina. Ao proibir filmagem, foto, celular e laptop durante o júri, além de impedir que o debate do julgamento seja transmitido ao vivo em telão, o magistrado dá prova de desconhecimento do papel desempenhado pela imprensa do Acre no esforço da sociedade para desmobilizar o crime organizado no Estado. O ex-deputado Hildebrando Pascoal chegou a invadir o Tribunal deJustiça do Acre para ameaçar desembargadores quando as autoridades doEstado começaram a se mobilizara para investigar o terror imposto por seu bando na vida social acreana. O ex-comandante da Polícia Militar do Acre chegou a obrigar uma repórter a engolir uma página de jornal contendo informações consideradas desfavoráveis aos interesses dele. Hildebrando Pascoal é acusado de ter usado uma motosserra para fatiar uma de suas vítimas, tendo arrastado seu corpo em carro pelas ruas de Rio Branco, abandonado-o próximo de uma emissora de TV na tentativa de intimidar os jornalistas. A Imprensa do Acre sempre teve acesso ao Tribunal do Júri sem desrespeitar o direito de proteção de jurados e testemunhas. O Judiciário do Acre já deu prova de maturidade quando realizou com máxima transparência o julgamento do caso Chico Mendes em Xapuri (AC) há quase 20 anos. Esperamos que o presidente do Tribunal de Justiça do Acre, desembargador Pedro Ranzi, faça prevalecer o bom senso em relação ao acompanhamento a Imprensa no desfecho de um crime que ainda atormenta a sociedade brasileira.

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Marcos Vicentti
Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Acre
Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)

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