sexta-feira, novembro 17, 2006

A imprensa acreana

Segundo informações do Centro de Documentação Histórica da Universidade Federal do Acre (UFAC), contidas no ano de 1999, “no Acre os jornais surgiram antes de sua incorporação ao território brasileiro, como El acre (1901-1902), cuja função primordial era divulgar as idéias do governo e dos capitalistas bolivianos”.
Na década de 1930, o governador do território, Hugo Carneiro, cria a imprensa oficial, sob a denominação do O ACRE, “para a divulgação dos atos do governo e marcha dos serviços administrativos, sem que com isso fizesse grande, funcionários da própria Secretaria Geral do Governo”.
Em 1944 é inaugurado, no governo de Luiz Silvestre Gomes Coelho, a Rádio Difusora Acreana, A Voz das Selvas. Na condição de porta-voz do poder, era através desta rádio que o povo tomava conhecimento das ações desenvolvidas pelo governo, diariamente, através da “Voz Oficial”.
Na década de 1960, idealizada pelo ex-deputado federal e posteriormente governador do Estado do Acre, Francisco Wanderley Dantas, foi criada a Rádio Novo Andirá; esta pertencente à iniciativa particular, teve grande aceitação popular.
A concorrência entre as duas emissoras fez com que o governo não mais transmitisse o noticiário oficial pela Difusora Acreana, e sim pela “Cadeia da Amizade”: Rádio Difusora Acreana/Rádio Novo Andirá.
Na década de 1970, por estímulo do governo federal, foram instaladas pequenas emissoras de rádio nos municípios. Dessa forma em Xapurí, Brasiléia, Tarauacá e Sena Madureira, funcionaram emissoras de rádio subordinadas às prefeituras locais. Posteriormente, em Cruzeiro do Sul, segundo pólo de desenvolvimento do Estado, foi implantada a Rádio Nacional de Cruzeiro do Sul. Mais tarde, a Transamazônica foi criada no município de Senador Guiomard.
Também foi nos anos 60, mais precisamente em 69, que surgiu o primeiro jornal imprensa da capital do Acre, O RIO BRANCO, da rede dos Diários Associados. Nos anos 70 surgiram mais dois jornais: o VARADOURO (1977), mensal e GAZETA DO ACRE (1978), diário. Ambos nasceram numa conjuntura política difícil, em plena vigência dos Atos Institucionais, da censura à imprensa e demais formas de expressões não condizentes com a ordem vigente. O primeiro, pode-se dizer, constitui-se numa experiência de “imprensa alternativa”, de jornal nanino a exemplo de PASQUIM; o segundo, devido ao seu nítido objetivo de ficar ao lado dos interesses populares e, conseqüentemente, em oposição ao governo, foi alvo de várias represálias. Mais adiante surgiu a FOLHA DO ACRE e dois anos depois o DIÁRIO DO ACRE.
Não podemos deixar de destacar que a maioria dos jornalistas, nos primórdios, era constituída de representantes da elite intelectual da cidade, verdadeiros autodidatas e num segundo momento, dos jovens de formação universitária diversificada, contando até com os profissionais com apenas o 2º grau.
O início da mídia televisa no Estado, foi em 1974 com a inauguração da TV ACRE, ligada a Rede Amazônica de televisão, tendo como primeiros apresentadores os radialistas Campos Pereira e Nilda Dantas. Anos mais tarde, surge a TV ALDEIA (1982), TV RIO BRANCO ( 1989), TV UNIÃO (1989), TV GAZETA (1990), TV 5 (1996), TV 40 (2002), REDE BOAS NOVAS (2003).
Texto: Juliana Carla

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