terça-feira, maio 06, 2008

Kennedy Santos

O repórter cinematográfico Kennedy Santos, TV Aldeia, participou de uma palestra no Instituto de Ensino Superior do Acre, IESACRE, e resolveu enviar um texto para o imprensa em foco do que achou dessa palestra que foi sobre o jornalismo acreano. Segue na íntegra o texto de Kennedy

Participei de uma palestra no Iesacre, sobre o dia-a-dia do jornalista, estavam presentes o representante do sindicato da categoria (SINJAC), acadêmicos, direção da faculdade, jornalistas importantes como Angélica Paiva, Adailson Oliveira, que também é professor da instituição, e Altino Machado.
Confesso que fiquei pensativo quando ouvi o Altino Machado dizer que aprendeu a ser jornalista sozinho, “fui professor de mim mesmo” - disse ele. Pensei comigo - “auto-suficiente ou auto-didata?”.
Cheguei em minha casa, deitei e não consegui dormir pensando no que havia ouvido na palestra.
Ouço rádio desde criança, sempre ficava imaginando como seriam as pessoas que ali falavam. Em minha mente eram altas, bonitas e inteligentes. Usavam óculos, tinham carros e muitos filhos. Se a notícia era de um lugar que eu ainda não conhecia, desenhava em pensamento... O Quinari era uma enorme cidade, a praça central de Rio Branco era o lugar mais puro que poderia existir, a transacreana, no auge de sua grande produção agrícola, era um mundo fora da minha realidade, haviam grandes plantações de café, feijão, arroz, e todos eram ricos. O jornalista faz isso.
O que é ser jornalista? É ser um contador de histórias.
Na faculdade, descobre-se se tem ou não vocação para ser jornalista. Numa faculdade de jornalismo aprende-se técnica de aperfeiçoamento para a profissão.
O jornalista é um ser sem pátria, cor, raça, sexo. É um ser invisível em determinado momento, sem cor partidária.
Quem questiona mais que o jornalista? Quem é mais questionado? É um baú.
Tinha uns 8 anos, brincava de ser radialista, narrava os jogos que meu pai jogava, imitando Zezinho Melo, da rádio Difusoura Acreana. Que emoção!
Quando fiquei adulto, muito pobre trabalhei em loja, agente de cultura, balconista de farmácia. Em tudo, não estava satisfeito.
Quando assistia aos jornais via-me dentro da imagem, perguntava-me o que os repórteres deixavam de nos informar.
Temos que ser completos, entender de medicina, filosofia, matemática, saber a fórmula da bezetacil e os segredos do Vaticano.Compreender de política.
Ser jornalista é dizer o que precisa ser dito.
Permita-me, Altino Machado, concordo contigo: “Ninguém me ensinou a ser jornalista, aprendi a ser jornalista sozinho”.
Não escolhemos ser jornalista. Nascemos jornalistas. Porém, fazer faculdade de jornalismo é uma necessidade.
Trabalho há 16 na área e cada dia que passa mais sinto mais vontadede de aprender. Sinto-me apaixonado pelo que faço.

Kennedy Santos

Acadêmico, do primeiro ano de Comunicação Social – Iesacre

Nenhum comentário: